Trata-se de uma das opções mais buscadas pelas pessoas que precisam de dinheiro extra no Brasil. Mas infelizmente também é um dos alvos preferidos de golpistas e criminosos. A autorregulação do crédito consignado saiu do papel para proteger esse serviço, mas está repercutindo na atuação dos correspondentes bancários.
Além disso, também precisamos reconhecer que há um lado B. Criminosos aproveitam esse grupo mais vulnerável para cometerem fraudes. Levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostra um aumento de 60% na tentativa de golpes financeiros contra os idosos a partir de março de 2020, com a pandemia de covid-19.
É para evitar essas questões que a entidade e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) criaram a autorregulação do crédito consignado. O objetivo era criar regras e normas de boas práticas para proteger o mercado como um todo. Como veremos, entre a teoria e a prática há um longo caminho a ser percorrido.
Contextualização e história
A medida, que integra o sistema de autorregulação bancária criado pelas duas entidades, entrou em vigor em 2 de janeiro de 2020 e conta com a participação de praticamente todo o mercado nacional. São 31 instituições participantes, que representam 97,88% do volume de crédito consignado de bancos em todo o país.
Podemos compreender as normas da autorregulação do crédito consignado em três pilares principais. O primeiro é a possibilidade de os consumidores bloquearem ligações sobre esse serviço. O segundo tópico envolve o monitoramento dos dados de reclamações e o terceiro é a busca por transparência para evitar práticas comerciais abusivas.
Mais do que monitorar, há previsão de sanções contra quem desrespeitar essas normas. Do início, em janeiro de 2020, até março de 2021, 226 correspondentes bancários sofreram advertências, 207 tiveram atividades suspensas temporariamente (suspensão que varia de 5 a 30 dias) e 17 foram obrigadas a encerrar suas atividades, segundo a Febraban.
Como a autorregulação do crédito consignado afeta o correspondente bancário?
É o típico caso de ideia boa, porém mal-executada. A criação de normas que visam às boas práticas no mercado era um desejo compartilhado pelos correspondentes bancários. Contudo, a forma como tais medidas foram implementadas e os efeitos que estão proporcionando afetam negativamente as vendas desse segmento.
Um dos tópicos da autorregulação do crédito consignado é a reformulação do pagamento de comissões pelos serviços. A portabilidade do crédito consignado (e seu refinanciamento) com prazo inferior a 12 meses e a oferta de novas operações em menos de três meses após quitação antecipada não são mais comissionados.
A questão é que essas regras não estão vinculadas àquela operação específica, mas ao CPF do usuário que contratou o serviço. Se uma pessoa contratou oito serviços diferentes com um correspondente bancário (como cartões e empréstimos) e só um deles atender a esses requisitos, a empresa perde a comissão de todas as outras vendas realizadas.
Não parece muito justo, não é mesmo? O problema é que, se fosse futebol, não daria nem para chamar o VAR nesse caso.
Por que o SRCC é a principal fonte de reclamação?
A sigla refere-se ao Serviço de Registro de Crédito Consignado e é por meio desse sistema que as empresas irão cumprir as regras previstas. A ideia é bem simples: quando o correspondente digitar o contrato, a base de dados vai identificar se aquele serviço deve ser enquadrado como “não comissionado”.
Seu papel na autorregulação do crédito consignado é ser como o árbitro de vídeo no futebol: um auxílio para tomar a decisão mais justa em situações críticas. Entretanto, observa-se que o SRCC é acionado de forma corriqueira, até mesmo para operações que claramente estão legalizadas. É como chamar o VAR toda vez que a bola sai pela lateral.
A falta de transparência também é um incômodo para os correspondentes bancários. O sistema deveria avisar que a contratação do serviço não vai ser comissionada antes de o contrato ser assinado pelas partes. Entretanto, acontece justamente o contrário: o profissional só fica sabendo que não vai receber após a conclusão do negócio.
Impulsione suas vendas com a Mola
Com serviços não comissionados e falta de transparência, os correspondentes bancários precisam encontrar alternativas para impulsionarem seus negócios. A autorregulação do crédito consignado reforça a necessidade dessas empresas de automatizarem seus processos e atuarem mais próximas de seus clientes, melhorando assim, a performance da sua operação.
Para isso, é necessário encontrar uma plataforma que acompanhe toda a jornada do correspondente bancário, da geração de lead até a gestão do pós-venda. É o nosso caso com a Mola, desenvolvida justamente para resolver os principais problemas dos correspondentes em cada etapa do seu trabalho.